domingo, 17 de outubro de 2010

Partido Comunista Francês recusa proposta capitalista


21 de julho de 1951


A delegação da França na OTAN propôs um encontro aos representantes do Partido Comunista Francês no Kominform. O objetivo era a mediação direta de assuntos relacionados aos respectivos comitês. A possível conversa foi imediatamente recusada pelos camaradas franceses, sob o argumento consistente de que não há possibilidade de acordo com o capitalismo.

sábado, 16 de outubro de 2010

Descaso no United Nations Security Counsil


Observada em primeira instância, a calma dos Delegados do UNSC nos da a falsa impressão de que essa seria uma reunião de grandes idéias e resoluções. No entanto, foi surpreendente averiguar que aquele que é um dos Conselhos de maior destaque, e que tem em pauta uma importante questão, se encontra estagnado.

Enquanto os delegados da França, Turquia, Estados Unidos e União Africana tentam propor soluções para o delicado problema africano, delegações como Reino Unido, Brasil ou República Popular da China permanecem calados e se mostram indiferentes. É preocupante observar que esse Conselho pode ser monopolizado devido ao descaso dos delegados quanto a problemática do assunto no qual estão inseridos.

TNP avança na questão nuclear


A discussão sobre o Tratado de Não Proliferação Nuclear foi marcada por discursos contraditórios, em que alguns países defendiam a idéia de um controle rigoroso à questão nuclear e outros afirmaram que a tecnologia nuclear seria benéfica para algumas situações. O Tratado garantiria segurança aos países que não possuem poder bélico, pois estes estariam certos de que as regras estipuladas seriam cumpridas.

Os EUA se posicionaram contra qualquer tipo de utilização desse tipo tecnologia para fins bélicos e concordou com a declaração do delegado da China de que deve ser monitorado o uso da energia nuclear para fins pacíficos. Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, dessa forma, não poderiam abrir mão do seu poder nuclear, pois são responsáveis por garantir segurança a todos.

A questão das Coréias


01/01/1951


Nas Nações Unidas, todos no Conselho de Segurança concordam com a unificação de ambas as Coréias através de uma eleição geral, exceto a URSS. Assim suas ações de apoio à Coréia do Sul, enviando tropas, seria uma forma de garantir a segurança e autonomia daquela parte diante as ameaças de invasões e a fragilidade no pós-guerra. Os norte-americanos afirmam que as Nações Unidas estão sendo vítimas de um complô, formado por Iugoslávia e URSS, assim ficando “encurralados” em suas ações. O delegado dos Estados Unidos da América levantou a seguinte questão: “Qual será a autoridade das Nações Unidas caso cedam aos desejos norte-coreanos e soviéticos?”

Em resposta, a delegada da URSS fez declarações extremamente comprometedoras: ”A França faz calúnias ao acusar Stalin e qualquer um que fale mal do glorioso Stalin merece ser fuzilado”. Após essa afirmação inadequada está mais que comprovado que a questão da segurança na região das Coréias é de extrema importância e necessita de uma medida mais forte para solucioná-la, como declarou o delegado dos Estados Unidos da América.

Declaração do Partido Comunista Italiano



O Partido Comunista Italiano condena veemente a postura da ONU que neste momento encontra-se aliada à marcha negra imperialista que insiste em ameaçar a paz e prosperidade da Coreia.
Nós clamamos pela união de todos os partidos comunistas, nações e trabalhadores de todo mundo, para que juntos possamos combater este sistema ardiloso e excludente que só faz oprimir e explorar a classe trabalhadora.
O governo italiano vendeu-se para a máquina imperialista, trocando a felicidade dos trabalhadores por produtos eletrônicos que só fazem disfarçar a real situação de exploração da classe trabalhadora.
O Partido Comunista italiano gostaria de deixar claro que não irá se render e jamais abandonará o ideal comunista e a luta contra a máquina capitalista.

Auto-sabotagem do governo francês



O Partido Comunista Francês e as demais delegações que fazem parte do Kominform acusam o governo da França presente no Conselho de Segurança de auto-sabotagem, a fim de incriminar o Partido Comunista Francês. “O governo francês está desviando tropas pretensamente enviadas à Indochina para a Coréia”, afirmaram os representantes do Partido Comunista Francês. Esse ato é incoerente com a política e o discurso imperialista de recolonização, comprovando a subservência aos interesses do seu capital e confirma o medo dos representantes capitalistas de serem afetados por uma união vermelha na Coréia.

Imperialismo X Liberdade de Imprensa



A nação imperialista dos Estados Unidos da América tentou repetidamente reprimir a liberdade de imprensa, em seção do Conselho de Segurança da ONU. Seus delegados moveram moções a fim de retirar os jornalistas lá presentes. A iniciativa vai contra os princípios de todos os camaradas que prezam pelo direito da livre circulação e relato dos fatos ocorridos. A dita organização diz representar todas as nações e lutar pela paz e união entre as mesmas, porém ações como essas não parecem condizer com tais princípios.

Apelo aos camaradas



Os Delegados do Kominform, por meio deste jornal que os apóia e dá total liberdade de expressão, pedem que suas populações se conscientizem sobre a situação de conflito e abracem sua causa, de maneira a manter forte o alicerce da ideologia socialista. Deles partiu as seguintes declarações:


“Venho aos meios de comunicação pedir ao maravilhoso povo coreano cujo não concorda com a exploração imperialista que una-se à causa e aos verdadeiros valores em defesa da Coréia e contra o imperialismo japonês e a intransigência da ONU. Unam-se, camaradas!”
(Coréia do Norte)

“Camaradas, a atual situação na Península da Coréia é totalmente deplorável e condenável. O avanço das tropas imperialistas norte-americanas escondidas sob o disfarce de neutralidade da ONU reflete cada vez mais a tentativa de domínio do território. É necessário o apoio de todos os camaradas, dentro ou fora dos países sob o regime comunista. A Coréia do Norte se encontra desrespeitada pelos imperialistas. Qual a legitimidade de uma ação que vai contra a vontade de um povo de se unir?” (Tchecoslováquia)

“A República Popular da Romênia convoca os trabalhadores do mundo para a batalha. Vamos apoiar nossos camaradas coreanos e chineses contra o imperialismo. Trabalhadores do mundo, uni-vos” (Romênia)

Conselho de Segurança da ONU veta presença de Coréia do Norte



Os delegados dos Estados Unidos, Reino Unido e França vetaram o Documento de Resolução n° 1, que previa a participação da Coréia do Norte como país convidado e sem direito a voto, em seção do Conselho de Segurança da ONU para discutir questão acerca da Guerra entre a Coréia do Norte e Coréia do Sul. Em contrapartida ao veto, o Delegado da Coréia do Norte gentilmente cedeu uma entrevista ao nosso jornal:

Por que o camarada coreano gostaria de estar presente no Conselho de Segurança?
- Quando há uma reunião discutindo algo sobre o meu país, nada mais correto e justo do que estar presente para esclarecer minha posição em defesa das causas socialistas.

O veto faz confirmar a parcialidade do Conselho de Segurança para o lado capitalista?
- Com certeza. O veto não só confirma a parcialidade como também o medo da verdade, por parte dos países capitalistas, que a ideologia socialista carrega.

Críticas à ONU e ao Conselho de Segurança no Kominform



A Organização das Nações Unidas e o Conselho de Segurança estão sendo acusados de agir em defesa dos interesses capitalistas. A ONU, como um órgão internacional cujos princípios seriam salvaguardar a paz e a segurança internacionais, desenvolvendo relações amistosas entre todos os países, com base no respeito à igualdade e autonomia e que se diz democrático, está mostrando seu caráter de parcialidade nessa Guerra entre as Coréias. “O Conselho de Segurança está vendido às forças capitalistas”, disse a Delegada da União Soviética. O Delegado da Coréia do Norte afirma: “A ONU quer discutir e tentar uma possível solução de assuntos do meu país sem me convidar para essa reunião. É como se eu contratasse um arquiteto para reformar a sala da minha casa e ele, sem me consultar, reformasse o banheiro”.



Por Hanna Côrtes e Roberta Alves